drops rock

domingo, 27 de março de 2016

Drops Rock 70 Secos & Molhados - Apresentação Fábio Sant'Anna e Mauro ...







Secos & Molhados foi uma meteórica banda de Rock /MPB surgida na década de 1970. Apareceram no primeiro programa do Fantástico da Rede Globo, influenciaram e foram influenciados pelos Dzi Croquetts, Kiss e outras bandas do Glam Rock. O primeiro disco, cuja capa é memorável , recebe aqui uma pequena resenha de seu lado A, embora um disco dessa qualidade a gente diga que os dois lados são lados A!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Meu Partido é um Coração Partido


   Pela primeira vez eu venho falar publicamente do meu afastamento do Partido dos Trabalhadores. Já não há mais idealismo altruísta, se é que algum dia existiu... 



   Nunca foi tão pertinente a máxima que diz que o povo tem o governo que merece.  Aqui no Brasil entra governo e sai governo e as pessoas reclamam sempre da corrupção das autoridades, sejam elas do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. Mas essas mesmas pessoas que apregoam aos quatro cantos a desonestidade dos eleitos pelo voto são corruptas e corruptíveis, variando apenas a gradação desse comportamento. Mas de uns tempos para cá, ou de uns anos para cá, essa situação se agravou sobremaneira ou se tornou muito mais visível, explicitando-se o jogo do toma lá, dá cá. Se o que estou dizendo ainda parece meio confuso, prometo que vou explicar tudo isso com riquezas de detalhes mas sem requintes de perversidade. 
   Desde adolescente eu sempre fui uma pessoa muito combativa, afeiçoada por tudo que me parecesse justo, sempre com uma atração a ajudar o próximo, muito mais como um senso político do que samaritanismo cristão. Sempre busquei lutar em favor da igualdade de diritos das minorias, por reforma agrária, por mais estudo das classes menos favorecidas, por melhores condições de saúde, por moradia digna e para todos, por melhor divisão de renda, ou seja, estive muito mais simpático ao ideário socialista, ainda que gostasse de Rock and Roll e lesse horóscopo. Esse perfil libertário acabou saindo da teoria quando passei a escrever fanzine, a  fazer parte da coordenação e do grupo docente  de cursinho pré-vestibulares comunitários para a população carente e atividades outras similares até que fui convencido e convidado a me filiar a um partido político, alegando meu apresentador de que meu campo de ação se ampliaria a partir do momento em que participasse de política partidária. o Partido era o PT e o ano era 2001.
   Muito aprendi no tempo em que estive envolvido com essa política partidária, para o bem e para o mal. Em tempo era uma pessoa muito popular de modo que fui indicado a trabalhar na  subsede do partido dos trabalhadores dois anos após minha filiação, ainda que para tal eu tivesse  passado em teste escrito classificatório. As questões da prova envolviam explanação sobre o atual governo do município de Guarulhos. A gestão no momento era de um prefeito cuja legenda era o PT e não tive dúvidas: rasguei seda sobre a atual administração, muito mais vislumbrado pelas transformações sociais que eu via  do que pelo trabalho real  em si.  Passei na prova e consegui o emprego. 
     Minha função  era zelar pela subsede do partido, organizar filiações e filiar simpatizantes da legenda. Tive meu nome publicado no Diário Oficial estando lotado como assessor de vereador. Mas eu sabia que não trabalharia para ninguém na vereança, ou seja, estava lotado em um cargo mas exercendo outra função. Aceitei, pois no partido estaria ajudando as pessoas de alguma forma. Quanto ao meu salário também existia uma peculiaridade aí: mais da metade desses vencimentos  ficaria nos cofres do PT, algo que os organizadores  me disseram se tratar de um "repasse", uma contribuição partidária que todo filiado com cargo eletivo fazia normalmente, e essa seria a contribuição do vereador pelo qual eu estava contratado.  Disseram-me que essa é uma prática muito comum com outros partidos políticos.Aceitei, pois ainda assim, com um salário alto em minha folha de pagamento  poderia parcelar muitos eletroeletrônicos nas Casas Bahia. 
   Fora esses trâmites, vinha o trabalho prático. Foi só quando entrei no partido político que consegui entender o verdadeiro sentido da palavra "partido" em sua acepção do termo para tal situação.  O partido é isso mesmo: uma miscelânea de grupos distintos, de ideias e ideais antagônicos e opostos até. Você pode  estar se perguntando onde fica  a unidade disso e eu digo que ela não existe.  Entrei no partido e me senti perdido sedo convidado por todo mundo para fazer grupo dentro de um grupo e foi aí que comecei a entender a força que eu poderia dar para uma tendência partidária, o que faz levar alguém dentro do partido a concorrer a uma legenda a vereador por exemplo.  Mas eu não queria saber nada disso, senão reforçar o ideal pregado pelo PT, suas ideias através de palestras, plenárias e atividades similares. No entanto nunca tive apoio por parte dos militantes. Mesmo meus amigos que também eram filiados e trabalhavam concomitante em projetos sociais não  quiseram me acompanhar, talvez porque achavam que eu estaria me apoiando  neles para "me crescer" dentro da agremiação. Não sei ao certo. A certeza é que jamais me senti apoiado ou sequer ouvido, minha figura se resumia em aglutinar mais simpatizantes, filiar mais gente.  
   Até que após uns cinco anos, chegando para trabalhar, o secretário do partido me avisou que eu estava dispensado. Eu até sorri mas vi que ele permaneceu sério então acatei. Ele me falou que eram ordens superiores, de modo que eu nem  o interpelei. Peguei minhas coisa e fui embora. Nessa hora  eu me lembrei de todos os momentos que passei por ali fazendo campanha eleitoral para o Lula ( que estava no governo ), campanha para a legenda do PT no executivo municipal ( eleita pela quarta vez consecutiva ), e me lembrei da expressão "companheiro" que ficou por um bom tempo martelando em minha cabeça ( acompanhado da foice )... COMPANHEIRO...  Desde aquele dia ninguém, absolutamente nenhum dos aproximadamente seis mil filiados  - dos quais eu deveria conhecer certamente mais da  metade - sequer me procurou para saber se eu estava precisando de alguma coisa, se estava passando por alguma necessidade. A partir daquele dia eu nem cheguei a sentir ódio da legenda ou coisa do tipo pois passei por um longo período de letargia. Nem consegui entender o que aconteceu por um bom tempo.  Não era apenas de um problema de não ter dinheiro, era uma questão de perda de identidade. Realmente me senti muito mal.
   Retornei ao mercado de trabalho e ainda assim continuei mantendo uma simpatia pelas ideias que eu acreditava vir do  partido, pela aproximação com o proletariado, pela realização de projetos sociais... até chegar o Mensalão. A partir de então fui procurar saber um pouco mais sobre quando o PT "mudou". Ao que tudo indica, em meados da metade da década de 1990 as resoluções da cúpula do partido foram causando cisões, o que fez muitos partidários abandonarem a legenda e se filiarem ao PSTU e fundarem O PSOL ou outros partidos que mantinham de forma mais coesa uma ideologia de esquerda. A partir desse momento o PT estaria obstinado a galgar o poder utilizando dos mesmos artifícios fomentados pelos considerados opositores, ou "direita", e para tal valia tudo: acordos milionários  por debaixo dos panos com empresas e empreiteiras, Alianças com inimigos políticos históricos, compra de votos com o que se pode chamar de clientelismo de esquerda  - o que é senão o Bolsa Família sem um plano de ação contínuo para tirar a pessoa da miséria e não "amarrá-la" a uma legenda partidária? - entre outras ações. 
   E é aí que o início do texto entra: o povo tem o governo que merece. Se essa política  semelhante a adotada pelos coronéis não fosse aceita, o PT não estaria no poder por tanto tempo. As pessoas aceitam trocar o voto por qualquer trocado sim, não há questões ideológicas em pauta, há o interesse pessoal, o benefício individual, tanto de quem governa quanto de quem é governado. E nesse jogo vale tudo, com uma ressalva: quem é paulistano ou paulista conhece muito bem a frase que adjetiva as gestões de Paulo Maluf - "Rouba mas Faz" - no governo Lula/ Dilma encontramos o "rouba, mas distribui", ao menos é essa a impressão que se tem. Mas rouba e distribui para quem? Será que é mesmo para os descamisados? 
   Embora magoado com essa política do toma lá dá cá eu prossegui com meus ideais de uma sociedade mais justa. Até que recentemente comecei a me aproximar de pessoas ligadas a essa política partidária novamente, até porque muitas associações de moradores ou projetos sociais "sem  fins lucrativos" tem o dedo de algum político pois seus frequentadores, mais que pessoas são "eleitores". Quando percebi que poderia ser usado mais uma vez eu me afastei. Curiosamente os mesmos amigos que outrora eu convidara a participar do partido para um projeto político em comum  e que me viraram as costas hoje estão à frente tentando me persuadir, querendo me mostrar como se faz política, haja vista que eu fora preterido por "improbidade".
   E, já que vivemos em terra de Murici onde cada um cuida de  si, é que também vou cuidar de mim. Por tudo isso e por um pouco mais eu não apoio Lula, nem Dilma, nem o governo da legenda dos "companheiros". Posso ter sido parcial e passional, mas isso é o comportamento geral, até que me provem o contrário. 


terça-feira, 15 de março de 2016

segunda-feira, 14 de março de 2016

O Clandestino: A Série - parte 1

Esse é o primeiro capítulo de uma série que estará disponível aqui no blog, contando um pouco do que foi a primeira atividade jornalística minha e de alguns amigos. Divirta-se!




Há 17 anos dois jovens idealistas realizaram um projeto audacioso na periferia onde moravam: decidiram lançar um fanzine. E hoje, diante de todas as proezas que o computador, os celulares e toda a modernidade trazida pela cibernética é até compreensível que tenha gente que não saiba o que significa fanzine. Segundo o dicionário on line Michaellis:

fanzine 
fan.zi.ne 
sm (ingl fan+(maga)zine) Publicação de imprensa alternativa, geralmente dedicada a assuntos musicais e outras manifestações culturais.


   Sim, um fanzine destacava assuntos culturais, e no nosso caso, a ausência de espaço cultural era objeto de pauta de nossas matérias. A ideia de lançar um fanzine partiu de Mauro Marcel e de mim que capitaneamos o projeto. Em tempo, nós éramos mais que a média em intelectualidade ( por favor, não comparar com cultura nerd! ) e decidimos pôr esses exercícios de pensamento à prova. Para tanto, precisávamos custear isso. Decidimos então cobrar o jornal, estipulando o valor de R$1,00 ( um real ) o que na época não era ruim, a inflação ainda não era real. Mesmo assim, sempre aparecia alguém que queria o exemplar sem pagar, e quase sempre cedíamos. Cada exemplar continha oito páginas e tudo que vinha escrito ou desenhado era conteúdo próprio. 
   
Interessante é que estávamos num momento de transição tecnológica, pois há pouco usava-se mimeógrafo para distribuir material "subversivo" ou mesmo os professores que rodavam nossas avaliações em pré-históricos mimeógrafos. Usávamos máquina de escrever. Eu nunca fui um exímio datilógrafo, acho que o Mauro Ainda era melhor, muito embora ele e eu tenhamos frequentado a mesma escola de datilografia do bairro, a Dona Clemes, senhora essa que já vale uma reportagem por si. Todo o bairro e cercanias estudou com a dita professora, verdadeira cria do militarismo, ainda tão arraigado em hábitos e costumes, atitudes essas que não passavam ilesas de nossa pena. Mas também utilizamos computadores, ao menos na digitação porque internet ainda estava bem distante de nossa terra.
   Obviamente que não estávamos sozinhos nessa empreitada, contamos com a participação de vários amigos nossos. Nessa época um de nossos parceiros viajou para Londres e passou a nos enviar cartas de lá, passou a ser o nosso correspondente internacional. Elio, tenho guardadas as cartas até hoje. Tivemos a participação ainda de Estrela Guevara, da Penélope, do Tonhão e principalmente do apoio moral de um amigo nosso chamado Mingau ( por onde ele anda? ) que já tinha uma fértil experiência na arte de elaborar fanzines. 

   O Clandestino chegou a receber até correspondências pelo correio! Hoje quase todo mundo utiliza e-mail, ou facebook ou ainda whatsapp. E quando falei sobre os reflexos do regime de exceção que dão poupava repreender comportamentos morais "politicamente incorretos" recebemos até cartas de senhoras que coravam com a figura indecorosa de Patonheta, personagem
quadrinhistico criado por esse que aqui vos escreve! E comparar tal desenho com as letras dos funks que são tocadas hoje nas rádios e nos shows, Patonheta é pinto (!).
    Enfim,  O Clandestino durou sete números, não houve nenhuma briga ou tragédia quando se deu seu final. Acredito que semelhante a Millôr com seus parcos números do Pif Paf ou mesmo Drummound ao lançar a 
Klaxon, O Clandestino deu seus frutos. Elio é um profundo conhecedor da língua inglesa- chegou até a ler Shakespeare no Original. Mauro é um ímpar literato, já tendo lançado livros e ganhado alguns concursos.
Eu continuo por aqui, escrevendo fanzine! Mas com muito mais público, gastando menos dinheiro, com canal  Youtube, lecionando nos cursos afora, desenhando, estudando sobre música e me especializando em generalidades. E o melhor de tudo: nós continuamos amigos!


Nos próximos capítulos os fanzines publicados na íntegra acompanhados de um estudo do contexto histórico. 

quarta-feira, 9 de março de 2016

Drops Rock 69 - George Martin


  Sir George Martin sem dúvida foi o quinto beatle. Ele revolucionou as técnicas de gravação em estúdio, lapidou os Beatles e se manteve extremamente na ativa mesmo ao término da banda. Teve em seu currículo um rol de talentosos músicos, produziu ainda trilhas sonoras de filmes e até gravações de Lps de piadas. Enfim, uma curta homenagem do Drops Rock a alguém que tanto se dedicou à música.