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domingo, 30 de dezembro de 2012

O Sermão da Máquina de Datilografar


 

O sermão da máquina de datilografar

 

Todos os dias temos a eternidade pela frente

Para recuperar o passado

Mas, e daí?

Pra quê temos uma cabeça sem ter o que pôr dentro?
“Vão-se os anéis, mas fiquem os dedos”.
Assim vôo no mundo da lua.
Afinal, a lua é pública, embora seja um bem do Estado.
E é nesse estado de pseudo-semi-quase loucura que escrevo linhas
Linhas sem fugir da linha do raciocínio.
(Ih! Tá ficando muito intelectual essa prosa!).
 
Mas e daí?
Se não entende o que escrevo
Serve o texto para exercício de leitura.
As palavras compridas desfilam ao deleite do poliglota
Ou de quem quiser: “Inconstitucionalísimamente”
E o Chico tira do perito: Pedro pedreiro pedreira esperando o trem
Hein?Pedreira não tem?
Ah! Sei lá... qualquer coisa assim...
 
E as balas com mensagens de amor em suas embalagens
Nada de importante têm a dizer
Antes fosse uma piada ou recomendação de odontologista
Balas de mensagens funestas, trinta e oito é o calibre.
Dessas não se chupa, elas é que o faz, inexoravelmente.
 Pode parecer torpe, mas melhor que balas pra passar tempo
é relatar no papel, tudo de cabeça, no momento.
Cabelos e bobes xampu piolho e tudo
Ou nada
Ou calvície
Ou cefaléia
Nessa hora relato tudo que em minha cabeça vem
Mas a cabeça é grande, neném! ...Chega.
 
Mas e daí?
Então teço um texto dos pés a cabeça
E tudo que vem ao pé é o que há.
Sapato frieira meia e chulé.
Equivoquei-me, ué!
A missa dos lava-pés diminuirá o sofrimento
E como medir torvelinho?
Ademais, sofrimento menor é como tal subjetivo.
Sofrimento maior: a mulher do vizinho, gostosíssima.
Com um metro e oitenta
(se a leitora for lésbica ou se  homem agüenta).

Sofrimento menor: um anão no meio do caos
Ah! Não!É preciso reverter tal situação!
Tá certo, os anões são minoria-(antes eram sete)
mas precisam de atenção.
Por ora é hora de deixar tudo pra lá:
Anões lésbicas chulé cabeça balas palavras
Pedreiro e trem.
Ou talvez deixar tudo pra cá.
Próxima parada: pasargada.
Quem vai pra lá sou eu...
 
 
 

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