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domingo, 30 de março de 2014

Copa do Fim do Mundo

 Copa do Fim do Mundo 


   Desde que ficou decidido de que o Brasil será o país sede da Copa do Mundo em 2014 as pessoas dividem opiniões a favor ou contra o evento, mas a grande verdade é que nenhuma consulta popular prévia foi proposta, de modo que quaisquer negativas posteriores não serão atentadas. É o  que podemos chamar de “voto vencido”. Se pudéssemos refletir a respeito do tema e considerar tais ponderações a resposta seria contrária a realização  da Copa.  São tantos desacertos que é inviável apenas falar de um único tópico negativo, de modo que segue uma lista elencando os principais problemas que envolvem a realização do acontecimento em nosso país.
   Estima-se que o Governo investirá 20 bilhões de reais em infraestrutura para receber a Copa que serão distribuídos em
transporte, segurança, e cultura. O  que não haverá é garantia de fiscalização das obras e transparência no destino dessa verba. 
   O Brasil passará a ter 12 estádios de futebol modernos que poderão ser utilizados para shows, inclusive em Manaus e em Mato Grosso. Entretanto, nesses estados a infraestrutura no que tange à transporte, turismo e mobilidade urbana devem se equiparar às necessidades que envolvem a construção de tais estádios e isso é algo que não ocorre.
   Está previsto ainda a visita de cerca de 600 mil estrangeiros e o fluxo de turistas dentro do próprio território chegará a 3 bilhões de pessoas. Esses dados são alarmantes pois tal demanda redundará num caos no transporte aéreo. 
   Segundo estatísticas,  a Copa do Mundo possibilitará a criação de 700 mil postos de trabalho resultando desse montante 330 mil postos permanentes. É necessário ao analisarmos esses números de forma   mais concreta, afinal é difícil definir quais postos de trabalho permanentes o evento futebolístico  poderá  agregar haja vista que o mesmo  ocorre apenas alguns meses no país.  Será notório que teremos um aquecimento no PIB  porém de curto período, e, em se tratando de um ano eleitoral esses números devem ficar bem visíveis para poder rebater futuras críticas da oposição que intenta galgar o poder.    
   A questão da segurança também é um dos agravantes que ameaça diretamente a realização  da Copa do Mundo no Brasil. Os conflitos entre policiais e milícias das favelas do Rio de Janeiro já é fato recorrente nos noticiários internacionais. Soma-se a isso a onda de protestos que assolou o país a partir de julho de 2013. Alguns desse protestos tem como patrocinadores grupos políticos com interesses particulares, outros partem da própria manifestação popular espontânea. Em suma, seja qual for o propósito desses protestos toda essa balbúrdia colabora para o afastamento dos turistas e quiçá acarretará numa  suspensão da realização dos Jogos Olímpicos em 2016.
  Mas o maior problema de se realizar a Copa do Mundo no Brasil é o custo das obras superfaturadas que o evento pode proporcionar. Para se ter uma ideia, Ricardo Teixeira, um dos membros da comissão organizadora da copa  foi acusado pelo Ministério Público de  lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
   O Brasil ocupa a 73° posição no Índice de Desenvolvimento Humano de modo que os 20 bilhões utilizados na Copa do Mundo poderiam ser  melhores utilizados para necessidades mais prementes como Educação e Saúde. 
   Diante o exposto, conclui-se que posto à balança o país tem menos a ganhar com a realização da Copa do Mundo do que o contrário. Tal realização do evento aqui sacramenta o compromisso que os atuais governantes tem em maquiar o desenvolvimento econômico no país e o pior de tudo, enriquecerem seus bolsos com desvios de verbas da Copa e superfaturamento de diversas obras. 

domingo, 23 de março de 2014

Epístola Abeta a Arthur

   "Toda criança que nasce nos trás a certeza de que Deus não perdeu a fé na humanidade". Este é um provérbio carregado de verdade, principalmente no momento em que se concebe sua própria criança. E, no meu caso, esta criança que poderia ser Pedro, que poderia ser Antônio decidiu ser Arthur, verdadeiro rei e que a partir de então irá nos governar.
   Há quem duvide que Rei Arthur tenha existido mas não resta dúvida sobre a grandeza e representação de orgulho para uma nação. Por enquanto nosso pequeno rei passou a nos orgulhar no domingo 16, às dezoito e vinte e três. Nasceu num domingo como o pai. Veio com três quilos e meio como o pai, mas levou os olhinhos e o nariz da mãe.
   Não foi esperado seu assento em tal data, de modo que sua concepção também não fora, mas nem por isso houve desespero pois nos nove meses Arthur levou vida de rei comendo e bebendo do melhor, dormindo e aparecendo frequentemente na televisão, nos ultrassons quase rindo - ao menos eu cheguei a perceber seu sorriso lindo com as mãozinhas próximas a boca.
   Seu nascimento foi tão inopinado quanto a notícia de sua concepção, o que nos mostra mais uma vez o quanto aquele minúsculo ser já tem opinião própria. A mãe apregoava seu nascimento  como parto normal mas essa probabilidade partiu quando sua pressão subiu. Talvez fosse mesmo isso: o conforto do ventre é tamanho que Arthur não quisesse sair de lá. Num mundo de incontáveis vicissitudes, num planeta eivado de guerras, com barbáries a todo momento talvez fosse melhor ficar lá... Mas o espaço já está curto e a estada de Arthur estava vencida. Sua coragem de rei exigia buscar um mundo melhor. Então rompeu-se o cordão.
   Veio então a concepção. Muito rápida e de tão veloz nem me dei conta de fotografar ou filmar o parto.
Também não chorei no momento, foi um misto de estado de graça com estado de choque. Meu filho! Meu primeiro herdeiro de minha riqueza de valores, riqueza de moral, de humanidade mas também de humildade. Numa tarde de verão em que meu time de futebol perde eu ganho a maior felicidade que copa do mundo nenhuma pode garantir. ter um filho é como ter outra festa após a festa. todos os movimentos que o bebê realiza é uma nova descoberta. A mãe está deitada quieta, recuperando-se de sua nobilíssima tarefa que é parir a humanidade e "apenas" isso...
   E, já que Deus não perdeu a fé na humanidade porque a humanidade perderia a fé em sí mesma? Com tudo que há de ruim no mundo precisamos regar essa árvore dos bons valores para colhermos os frutos de uma sociedade mais humana, deixarmos o planeta melhor do que encontramos, ainda que seja incerto o resultado, nossa vontade deve ser certeira.
   Arthur, desejo do fundo de meu coração todas as alegrias que encontrará em sua nova jornada em nossa morada tão precisada de amor mas que você poderá dividir esse sentimento  dada a quantidade consideravelmente grande que recebeu, está recebendo e que receberá.
   Muita saúde, paz, fé e tudo mais daquilo que conversaremos quando mais adiante seguirmos os passos um do outro...