Desde que ficou decidido de que o Brasil será o país sede da Copa do Mundo em 2014 as pessoas dividem opiniões a favor ou contra o evento, mas a grande verdade é que nenhuma consulta popular prévia foi proposta, de modo que quaisquer negativas posteriores não serão atentadas. É o que podemos chamar de “voto vencido”. Se pudéssemos refletir a respeito do tema e considerar tais ponderações a resposta seria contrária a realização da Copa. São tantos desacertos que é inviável apenas falar de um único tópico negativo, de modo que segue uma lista elencando os principais problemas que envolvem a realização do acontecimento em nosso país.
Estima-se que o Governo investirá 20 bilhões de reais em infraestrutura para receber a Copa que serão distribuídos em
transporte, segurança, e cultura. O que não haverá é garantia de fiscalização das obras e transparência no destino dessa verba.
O Brasil passará a ter 12 estádios de futebol modernos que poderão ser utilizados para shows, inclusive em Manaus e em Mato Grosso. Entretanto, nesses estados a infraestrutura no que tange à transporte, turismo e mobilidade urbana devem se equiparar às necessidades que envolvem a construção de tais estádios e isso é algo que não ocorre.
Está previsto ainda a visita de cerca de 600 mil estrangeiros e o fluxo de turistas dentro do próprio território chegará a 3 bilhões de pessoas. Esses dados são alarmantes pois tal demanda redundará num caos no transporte aéreo.
Segundo estatísticas, a Copa do Mundo possibilitará a criação de 700 mil postos de trabalho resultando desse montante 330 mil postos permanentes. É necessário ao analisarmos esses números de forma mais concreta, afinal é difícil definir quais postos de trabalho permanentes o evento futebolístico poderá agregar haja vista que o mesmo ocorre apenas alguns meses no país. Será notório que teremos um aquecimento no PIB porém de curto período, e, em se tratando de um ano eleitoral esses números devem ficar bem visíveis para poder rebater futuras críticas da oposição que intenta galgar o poder.
A questão da segurança também é um dos agravantes que ameaça diretamente a realização da Copa do Mundo no Brasil. Os conflitos entre policiais e milícias das favelas do Rio de Janeiro já é fato recorrente nos noticiários internacionais. Soma-se a isso a onda de protestos que assolou o país a partir de julho de 2013. Alguns desse protestos tem como patrocinadores grupos políticos com interesses particulares, outros partem da própria manifestação popular espontânea. Em suma, seja qual for o propósito desses protestos toda essa balbúrdia colabora para o afastamento dos turistas e quiçá acarretará numa suspensão da realização dos Jogos Olímpicos em 2016.
Mas o maior problema de se realizar a Copa do Mundo no Brasil é o custo das obras superfaturadas que o evento pode proporcionar. Para se ter uma ideia, Ricardo Teixeira, um dos membros da comissão organizadora da copa foi acusado pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O Brasil ocupa a 73° posição no Índice de Desenvolvimento Humano de modo que os 20 bilhões utilizados na Copa do Mundo poderiam ser melhores utilizados para necessidades mais prementes como Educação e Saúde.
Diante o exposto, conclui-se que posto à balança o país tem menos a ganhar com a realização da Copa do Mundo do que o contrário. Tal realização do evento aqui sacramenta o compromisso que os atuais governantes tem em maquiar o desenvolvimento econômico no país e o pior de tudo, enriquecerem seus bolsos com desvios de verbas da Copa e superfaturamento de diversas obras.