Prestes estava de somar trinta minutos que Dinho permanecia no banheiro. Cléia, sua irmã, mostrava-se irritada pois desejava banhar-se. No entanto, dado momento o toilete era exclusivo do distinto irmão. Ressabiada, Cléia incompreendia a demora de Dinho dentro daquele ambiente.Uma vez que o rapaz não demonstrava nenhuma dor de estômago ou qualquer mal do intestino;tampouco ele tomava banho. Dinho entrou no banheiro alegando ir fazer xixi, embora a irmã duvidasse. Do quarto Cléia bradou em direção ao banheiro:
-Dinho, que
demora é essa aí dentro?
O
jovem,quatorze aninhos, nada de responder. O que provocou a investida de Cléia:
-Pela segunda
vez Dinho, que raio de demora é essa aí no banheiro?
Oposto à
primeira vez, Dinho replicou:
-Ah, não
enche o saco!
Cléia
emudeceu. O que faria Dinho no banheiro para ocupar tanto tempo? Ela ignorava a
resposta. E longe de obtê-la proferida pelos lábios do irmão, começou ela mesma
a tentar encontrar alguma resposta, imaginando coisas. Ação que qualquer
cristão (ou pagão) faria caso estivesse em seu lugar.Repentinamente surgiu uma
hipótese. Ouviram rumores de que adolescentes da idade de Dinho costumavam
martubarem-se frequentemente. Tão logo envergonhou-se em imaginar que seu irmão
cometia tal ato trancado ali naquele recinto. Contudo, o pudor exagerado de
Cléia se desfez, afinal Dinho é um garoto normal, semelhante aos de sua idade.
Sente emoções e frustrações como qualquer rapagote. Então por que duvidar de
que Dinho sentisse também desejos sexuais? Ato normalíssimo.
Revestiu-se
Cléia novamente de tranquilidade, embora remanescessem ainda a repressã que fez
ao irmão a interrogá-lo minutos antes. Procurou esquecer sua degradante
conduta. E conseguiu.
Já aliviada,
nem notou o tempo se esvair, tempo que durou mais de dez minutos quando por
definitivo o irmão desocupou a casinha da água (WC). Dinho retirou-se de lá
livre de maiores desconfianças. Calmo e taciturno, assim foi ele a cozinha. A
irmã percebendo sua saída tomou em mãos a toalha, a touca protetora de cabelos,
o sabonete de glicerina e o escovão de banho, entrando assim no banheiro.
Dentro do cômodo notou que Dinho esquecera lá uma revista. Longe de ser uma
“Playboy” ou qualquer revista que trouxesse fotografias de mulheres nuas.
Simplesmente uma revista de história em quadrinhos. Nada mais que um gibi.
Cléia
estranhou não se tratar de uma revista pornográfica. Talvez tivesse então
imaginado coisas erradas a respeito do comportamento do irmão. Fosse o que
fosse chamou por sua presença:
-Dinho!!
-Fala! Algum problema?
-Você
esqueceu este gibi aqui dentro.
-Ah, que
distração a minha! Sabe, é que costumo ler no banheiro.
O rapaz pegou
zelosamente o exemplar e saiu. Cléia retornou ao banho que tanto custava a se
realizar, porém de assalto sua mente pôs-se a imaginar. Associou o irmão ao
referente gibi. Refletiu. Em seguida indagou consigo mesma:
-Será
possível que Dinho tenha fantasias sexuais com.... a “Mônica” ?
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