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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Máximo



   Naquele dia de céu puro o camarada decidiu levar sua namorada para passear. Mas seria um dia muitíssimo especial. Nosso amigo convidaria sua melhor namorada – afinal, tinha mais que uma – para o melhor restaurante da cidade, esta a mais rica do país.
   E assim combinaram.
    Foi trajado com o melhor terno de microfibra japonesa.
   Vestiu a melhor camisa italiana, calçou o melhor sapato do mais fino couro, apertou o colarinho da gravata chiquérrima de France , a melhor que tinha.
   Lavou seu automóvel no melhor lava rápido.
   E finalmente encontrou a namorada na avenida principal.
   Ela estava ímpar, maravilhosamente bela. Cortou as madeixas no mais renomado cabeleireiro e fez o penteado mais moderno. Vestia a mais cara seda em combinação com a melhor viscose.
   A mulher ainda calçava o mais fino scarpin.
   O mais belo casal daquela tarde ganhou o asfalto em direção ao melhor restaurante.
   Sentaram-se na mais cobiçada mesa do recinto e foram atendidos pelo melhor garçom.
   Saborearam o melhor prato da casa com a companhia do mais requintado vinho, é claro.
   Logo depois veio a sobremesa: a mais deliciosa que o paladar humano poderia degustar.
    Ao final sorveram um cafezinho do bom, na ocasião do ótimo.
   E saíram daquele restaurante máximo, felicíssimos da vida.
   Mas será que ao chegarem em suas respectivas residências e adentrarem em seus mais luxuosos sanitários cagaram a melhor bosta? 

Um comentário:

  1. Cagaram a melhor bosta, com certeza, porque luxo é luxo e ninguém vai tirar isso deles.
    Ótimo conto...

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