Nizo Chacal
Aqui é o gueto
A quebrada
A bocada
O refúgio
O subterfúgio
A toca do gato
Aqui é onde o filho chora e a mãe não vê
É onde Judas perdeu as botas
Aqui é o fim da linha
É a encruzilhada
É a chacina
É a profecia em realizar
Aqui é o ponto final
Aqui é o mal
É a armadilha
É o ranger dos dentes
É a bala perdida
É sangue no asfalto
Aqui é “mãos ao alto”
Aqui é o apocalipse
Aqui é o dia do eclipse
É o caminho das pedras
É pedra nos rins
É o lar dos ruins
Aqui é sangue no olho
Aqui p reo é caolho
É a zona
É o campo de concentração
Aqui fala mais alto o palavrão
Aqui é o AI-5
Aqui é os quintos...
É o recinto
É pé no saco
É o armagedon
É fundo de quintal
Mas que lugar é esse afinal?
Aqui é lugar nenhum
Aqui é zum-zum-zum
É faca é foice
É a baixa da égua
É algo que você não viu
É a puta-que-lhe- pariu
Aqui é baixo do Equador
Aqui é bordel
É a esbornia
É o motel
Aqui é o fim do mundo
Aqui é Passárgada
É tudo e nada
“È pau, é pedra, é o fim do caminho”
Aqui é o canto
Aqui é desencanto
Aqui é o paraíso fiscal
É a contra-mão
É o purgatório
È o necrotério
Aqui não “tá” no Aurélio
É a idade das trevas
É Chicago anos 40
Aqui é Alfaville
Aqui é a favela
É o subúrbio
O barbitúrico
A viela
A rua-sem-saída
Aqui é em cima do trilho
Aqui é a trilha
O percurso
A correria
A bandeira dois
Aqui é o exílio
O claustro
O reduto
Aqui é o velho oeste
Aqui é o cangaço
É o conjunto habitacional
É a calamidade pública
Aqui é o Coliseu
É a entrada
Mas também não será a saída?
Aqui é mão única
Com mais de uma única mão para estender
Dá “pra entender”
Aqui todos precisamos pensar...
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