drops rock

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Nizo Chacal


Nizo Chacal

Aqui é o gueto

A quebrada

A bocada

O refúgio

O subterfúgio

A toca do gato

Aqui é onde o filho chora e a mãe não vê

É onde Judas perdeu as botas

Aqui é o fim da linha

É a encruzilhada

É a chacina

É a profecia em realizar

Aqui é o ponto final

Aqui é o mal

É a armadilha

É o ranger dos dentes




É a bala perdida

É sangue no asfalto

Aqui é “mãos ao alto”

 

Aqui é o apocalipse

Aqui é o dia do eclipse

 

É o caminho das pedras

É pedra nos rins

É o lar dos ruins

Aqui é sangue no olho

 
 

Aqui p reo é caolho

É a zona

É o campo de concentração

Aqui fala mais alto o palavrão

Aqui é o AI-5

Aqui é os quintos...

É o recinto

É pé no saco

É o armagedon

É fundo de quintal

Mas que lugar é esse afinal?

Aqui é lugar nenhum

Aqui é zum-zum-zum

É faca é foice

É a baixa da égua

É algo que você não viu

É a puta-que-lhe- pariu

Aqui é baixo do Equador

Aqui é bordel

É a esbornia

É o motel

Aqui é o fim do mundo

Aqui é Passárgada

É tudo e nada

“È pau, é pedra, é o fim do caminho”

Aqui é o canto

Aqui é desencanto

Aqui é o paraíso fiscal

É a contra-mão

É o purgatório

È o necrotério

Aqui não “tá” no Aurélio

É a idade das trevas

É Chicago anos 40

Aqui é Alfaville

Aqui é a favela

É o subúrbio

O barbitúrico

A viela

A rua-sem-saída

Aqui é em cima do trilho

Aqui é a trilha

O percurso

A correria

A bandeira dois

Aqui é o exílio

O claustro

O reduto

Aqui é o velho oeste

 

Aqui é o cangaço

É o conjunto habitacional

É a calamidade pública

Aqui é o Coliseu

É a entrada

 

Mas também não será a saída?

Aqui é mão única

Com mais de uma única mão para estender

Dá “pra entender”

Aqui todos precisamos pensar...

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