drops rock

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Drops Rock 7 - A Morte e a Maldição dos 27

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Drops Rock 7 - A Morte e a Maldição dos 27

Drops Rock 7 - A Morte e a Maldição dos 27


Eu Ando Meio revoltado!


As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Fábio Sant'Anna Stand Up 2

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Fábio Sant'Anna Stand Up 2

O Máximo



   Naquele dia de céu puro o camarada decidiu levar sua namorada para passear. Mas seria um dia muitíssimo especial. Nosso amigo convidaria sua melhor namorada – afinal, tinha mais que uma – para o melhor restaurante da cidade, esta a mais rica do país.
   E assim combinaram.
    Foi trajado com o melhor terno de microfibra japonesa.
   Vestiu a melhor camisa italiana, calçou o melhor sapato do mais fino couro, apertou o colarinho da gravata chiquérrima de France , a melhor que tinha.
   Lavou seu automóvel no melhor lava rápido.
   E finalmente encontrou a namorada na avenida principal.
   Ela estava ímpar, maravilhosamente bela. Cortou as madeixas no mais renomado cabeleireiro e fez o penteado mais moderno. Vestia a mais cara seda em combinação com a melhor viscose.
   A mulher ainda calçava o mais fino scarpin.
   O mais belo casal daquela tarde ganhou o asfalto em direção ao melhor restaurante.
   Sentaram-se na mais cobiçada mesa do recinto e foram atendidos pelo melhor garçom.
   Saborearam o melhor prato da casa com a companhia do mais requintado vinho, é claro.
   Logo depois veio a sobremesa: a mais deliciosa que o paladar humano poderia degustar.
    Ao final sorveram um cafezinho do bom, na ocasião do ótimo.
   E saíram daquele restaurante máximo, felicíssimos da vida.
   Mas será que ao chegarem em suas respectivas residências e adentrarem em seus mais luxuosos sanitários cagaram a melhor bosta? 

Fábio Sant'Anna Stand Up 2


domingo, 20 de janeiro de 2013

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: A Esposa

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: A Esposa: Minha memória busca fatos Da noite de meus tempos Cabelos trançados, Mamãe queria-os assim.   Saia, sem ser mini Vida ...

A Esposa


Minha memória busca fatos

Da noite de meus tempos

Cabelos trançados,

Mamãe queria-os assim.

 

Saia, sem ser mini

Vida sem ser maxi

Um pouco de maquiagem

Batom num brando tom

 

No florir de primaveras

Desabrochava bonita e cobiçada

Pecado retribuir!

Meus quinze anos ainda jovens demais

Mesmo em quinze minutos!

O coração batendo a cento e cinquenta

Mesmo com o tesão que o bico do seio aguenta.

 

Eis que uma porta ouviu fofoca

Minha boca calou-se num beijo

O beijo da traição

Vieram matriarcais: surra e sermão

“Isso não são modos de moça de família!”

Queria saber quando iriam me deserdar.

Terminei colégio

Consegui trabalho

Respirei fumaça de fábrica

E a liberdade de casa

Com vinte e um anos a saia encurtou

E alguém me piscou.

 

Sim, este poderia beijar.

Era doutor

E eu me curara da delinquência juvenil.

 

Veio namoro

E nas veias o fogo.

 

Conheci as núpcias antes da lua de mel,

O casamento depois do motel.

 

Tão longe da vista da vizinhança

Poderia desfrutar alguma lambança

Cortei minhas tranças

Remocei esperanças

Não era criança

Pois no ventre já trazia uma

Casei-me precedendo parto

Minha mãe nem sonhava com o fato

 

Depois de tempos corridos

Algo me encheu de tristeza

Cheguei numa crucial incerteza:

“ou o casamento era ruim

Ou não era para mim”.

 

Trabalho deixei de ir

Ciúme, talvez demais

Minha silhueta atraia demais

E agora pia, tanque, fogão

Não podia ver manicure, não

 

E meu marido “tudo” me dava:

Joias e sedas caras, perfumes

Embora sequer pro futebol me convidasse.

Inda assim, retribuía

 Afinal, eu tinha um lar, família

Filho e máquina de costura que infelizmente não cerzia coração rasgado.

 

Para ter tudo apenas precisava dar parte de mim

Eu não passava de uma prostituta

 Uma filha da...

Minto!

A própria puta.

 

 

Oh! Destino cruel e surpreendente!

Casei-me com um doutor que me deixava doente.

Meu homem me dava o mundo

Mas me tirava da Terra.

 

Se eu soubesse ser esse meu fim

Teria encurtado saia na juventude

Brincos de argola, batom escarlate, rímel e Rouge.

E nem me preocuparia

Mamãe se desesperaria

 

No entanto fui fraca

Vendi-me por tão pouco

Vendi-me sem conhecer meu valor

E hoje pago pelo meu desamor

Sou mulher de vida fácil

Na dificuldade de ser santa

Abri mão de anseios

E hoje carrego dor em meu seio

 

Sei, será meu fim

 E já está na hora de preparar o jantar

Sou forte quando choro

Cebola cortada faz chorar...

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Drops Rock 8 - Postura Rock

As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: Drops Rock 8 - Postura Rock

Drops Rock 8 - Postura Rock


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Rei Corora


 

   Estupefato fiquei ao chegar em casa e ligar o meu aparelho receptor-reprodutor-televisor para poder me entreter um pouco. Na tela ainda não plana lá estava ela mais uma vez, e pela última vez. Falo de Roberto Carlos, cantor mais conhecido do Brasil. Nem pior nem melhor, apenas diferente ou pelo menos fora num passado remoto, até porque nos últimos vinte anos – para ser mais modesto- RC manteve-se fiel ao seu estilo de “cantor romântico”, usando sempre as mesmas falas, os repetidos trejeitos, as únicas cores de terno azul eterno e toda uma série de ações das quais já estamos calvos de saber.  Sendo assim, o que poderia ter me deixado estupefato dado momento? Ora, é que aquele Roberto Carlos que se apresentava na presente ocasião não o era. Ou pelo menos não demonstrava que fosse. Aquele era o seu derradeiro especial de fim de ano patrocinado pela rede de TV do plim-plim.

   E lá estava então Robertão no palco trajando um belíssimo terno de tom... Marrom! A cor outrora repugnada agora fazia parte primordial de seu vestuário. Por debaixo do terno uma camisa preta entreaberta no peito, ostentando seu místico medalhão. Calçava ainda uma bota extravagante bem mais chamativa a qual da época da Candinha fofocava há décadas.

   No momento do show a canção de abertura foi “Quero que vá Tudo pro Inferno” seguida de “Negro gato” e outras canções de quilate incendiário. Nada de superbabas bregas ou quaisquer outros “detalhes”.  Depois de seus típicos comentários, na ocasião atípicos, disse que agora fazia questão de votar num partido político de número 13 e outras pérolas oriundas de sua nova fase. De repente, em outro momento do espetáculo acrescentou em seu repertório “ O Pirata da Perna de Pau” onde Roberto aparecia ostentando um tapa-olho  vestido à caráter, de camiseta listrada em preto e branco, com uma bermuda deixando à mostra suas pernas que fazia jus a canção. Logo em seguida, abrilhantando o clima carnavalesco mandou “  dos carecas que Elas Gostam Mais” atirando no palco,  em meio a apresentação, a peruca estilo “cabelo de Gretchen” levando o mulheril local a comoção e aos tapas na intenção de adquirir uma muda daquela vegetação pseudo-semi-quase-que capilar. Importante salientar ainda que Roberto Carlos embora afirmasse que suas superstições eram frescuras continuava católico, por isso não tivemos nesse especial de televisão imagens de santos católicos sendo chutadas.


   No dia seguinte não se falava de outra coisa nas rodas dos frequentadores dos sofás das salas que ficam “panguando” assistindo o tão previsível especial de fim de ano do Rei: “Você viu? Era mesmo peruca!”

   As vendas do seu mais recente CD – “Tudo Pro Inferno Novamente” – triplicaram em comparação as do ano passado. Os telefonemas fervilhavam na sede da TV pedindo que o programa fosse reprisado. Parecia que Roberto Carlos estava mais uma vez no auge pois,  quem é rei nunca perde a majestade. Mas Roberto dissera que se tratava de seu último show e falava sério quando fez tal comentário. Ao menos encerrava sua carreira com chave de ouro mandando tudo pro inferno graças a Deus, e sabendo que apesar de haverem tantas emoções um dia esta seria a última.

Entretanto, ao acordar de manhã eu percebi que tudo isso não havia passado de um sonho. Sabe mais um daqueles porres de final de ano? Era isso, infelizmente. Roberto permanece vivo, ou morto para os mais radicais. A hora extra se estendia um pouco mais...

Drops Rock 1 - Início


Drops Rock Número Zero - Apresentação


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

God Save the King


   Hoje o homem que não morreu completaria mais um aniversário. Elvis Presley nasceu numa parte do sertão americano numa humilde casa no ano de 1935 e ganhou o mundo alguns anos mais tarde como cantor Pop mais popular do planeta.

   Ele foi sem dúvida um dos pilares do Rock, junto com os Beatles e Jimi Hendrix. O que falar de um cara branco, loiro -  ( Elvis pintava os cabelos de preto) – nascido no estado do Tenesse ,- estado esse  historicamente retrógrado, de direita e dominado pelos reaças -, num tempo em que dieritos civis era apenas um mero verbete enciclopédico e quem dominava o Rock eram os negros, até porque esse ritmo nem era considerado música para a elite branca?

   Presley foi a sedimentação do Rock para o grande público. Nenhum outro cantor branco poderia adquirir o cetro de rei senão ele. O mais surpreendente é que embora se considere  Elvis o Rei do Rock tudo o que ele cantava  ficava bem na sua voz:  Do Gospel ao Country, baladas românticas e sons mais agitados caiam como uma luva na voz potente do Rei.

    Era meio canastrão em seus filmes, até porque sempre foi um marionete na mão de seu empresário, o espúrio Coronel Parker que também teve influência sobremaneira no alistamento de Elvis no início da década de  1960, o que colaborou para a explosão do Rock inglês na América – mas isso é outra história.

   Elvis ainda recebeu os Beatles à contragosto em 1965, no mês de agosto, dia 27. Talvez Elvis estivesse sentindo-se ameaçado pelo sucesso dos quatro cabeludos ou mesmo não gostasse deles mesmo. O fato é que desse encontro só existe oficialmente uma fotografia dos Beatles chegando de limusine na mansão do Rei. Quem sabe algum dia alguém resolva “abrir” os arquivos e fazer muitos fãs delirarem comn esse encontro que foi estelar.

 

   Se há quem diga que Elvis morreu de overdose, de desgosto, disso ou daquilo, outro motivo pode ser acrescido a esse quadro: o excessivo número de shows que realizou na década de setenta deixaria qualquer artista estafado. É claro que a automedicação causou seu óbito. Última recita de seu médico: cinco mil comprimidos!

   Mas, encerremos esse texto como começou:  Elvis não morreu porque ganhou o mundo. Fez pela música o seu papel e o nosso e curtir seu legado. Seu som está ligado?

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Não Temos Escolha, Por Isso Somos Livres


Ateu Em Um Ato

 
 
Mil lenços para meia lágrima
E eu não vou chorar
Ela quer me ver assim
O mundo anseia Hécules vivo
Nego eliminar leões
Minhas lágrimas já secaram
E a turba ainda insiste
Todos carentes de heróis
Precisam de alguém vivendo/morrendo
Para e pelos seus devaneios
Pois sacrifício é o caminho perfeito
E ausência de exposição a vereda do mal
 
Mil lenços para meia lágrima
Num  tempo remoto
Derramei lágrimas e meia
Mas futuro me espreita
Em ter olhos vivos sem miopias
Para enxergar esforços vãos
Posturas obsoletas de samaritanos
A consertar o mundo
E quebrar a si
Em minha línguas não há Papas
Meu vocabulário, até limitado
Desconsidero compromissos com desvalidos
“salve-se quem puder” as vezes fala-me alto
E assumo meu infinito “eu”
E garanto o meu egoísmo
Dizia minha mãe:
Em terra de murici, cada um...
Mas e daí?
Eu não vou chorar
Nem por mim, nem por ti
Nem por ficar ou por partir
 
 
Muitos lenços para meia lágrima
São vários lenços, matizes variados
Cada qual estende os braços
Para ouvirem no porvir
“ o discurso do sofrimento”
De que quase esmaeci ao relento
E só assim houve alento
“o fácil é o certo”, chinês provérbio
E não sigo pelo espinhaço
Desvio se posso
Num universo onde relativizam bem e mal
Tudo pode ser lícito
Aos olhos de quem vê o Real
 
Mil lenços para meia lágrima
E a santa pôs-se em cena
Se ela chora, eu rio
E querem me crucificar!
O tempo urge para eu passar
Pelos torvelinhos que a sociedade acredita
Buscam paz, contudo apregoam
Mister haver guerra para valorizar
Todo o amor vindouro
 
Pouparei nome aos bois
São tantos... Vós sois!...
Livre quero estar disso tudo
Meus “predicados” virão
De braços dados:
Descrente, cínico, louco, aproveitador
Espero não me alcunharem de “santo”
Quando em meu gargalhar rolar um pranto
 
Mil lenços para meia lágrima
Talvez venha verter alguma
De riso, de siso
A responsabilidade par i passu parece inexistir
Mas trago acordo comigo mesmo
De não viver a esmo
Preciso fomentar conceitos
Denunciar nossa pobreza e abnegação
No fundo, fica-se cada vez mais distante
De nossa própria progressão
Acha-se “nobre” o pobre
Bota-se fé no crucifixo
Pregam a crença na parede
E deixam-se cair na rede
 
Mil lágrimas por um lenço
Acho que fiz alguma pessoa chorar
Enfim, encontrei um pretexto
Para o derramar de minhas lágrimas
Se esse texto fizer
Um pobre diabo pensar
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Aos Que Desejam Ter Uma Perfeita Companhia


Quando se namora é preciso mais do que passeios em shopping-centers e Mc Donald’s
Em que o casal olha vitrines mas não se olha,
Comem e comem mas não se comem,
Num sentido de se devorarem
Na antropofagia do conhecer-se mútuo.
 
Quando se namora o amor vai além da carícia
Do aconchego
Do aperto
E da possível segunda intenção
De aproximação obscena
Tem que ser pleno o se ver e sentir
Tem que se gozar mesmo sem se tocar
Tem que ser tântrico.
 
Quando se namora o amor vai além do presente em data esperada.
Todo dia é Natal.
Toda alegria é carnaval
Toda aproximação fogueira junina
O dia dos namorados tem que se estender
Sem ser rotina,
Sem esforço ou sacrifício
Natal ao natural
 
 
E ainda que sem presente tem que ter a presença do cônjuge como tal
Tem gente que nunca se dá
Esse nunca merece nada
Ter a garantia de uma vida humana ao seu favor
É o maior presente que alguém pode ter.
 
 
 
Quando se namora é preciso superar o passado
Enterrar os mortos que queiram te levar
Evaporar a nuvem do ontem
Numa rusga infortunada
Inopinada
Deve-se desconhecê-la no dia seguinte
Contar até dez ou vinte
E viver
Se houver um erro,
Não se há de perpetuá-lo.
 
Quando se namora a mácula não fica
Não se comenta briga nem gafe
Porque o tempo é mercúrio
E nós podemos escolher com qual postura queremos viver
A vida é rápida
Façamos dela alegrias então...
 
Quando se namora mister evitar dúvida
Crer no amor como um evangélico
Ser cego e surdo se necessário
Ver o amor como um risco precioso e preciso
A união tem de vir de dentro
E todo o artifício vai reforçar
Mas não será o princípio
A aliança está no olhar sincero
Na procura dos dedos
A se confundir com os do parceiro
Deve haver confissão no silêncio
Entrega sem mesquinhez.
 
Quando se namora  só pode haver uma resposta que é sim
Um caminho que é melhor
O melhor par
A pessoa em quem mais se confia
Se afina
Se define
E se encontra
é como um rio e seu afluente
No namoro esqueça a incerteza
Mesmo quando não se sabe qual  a estrada
Já se conhece o final dela
E isso é o mais importante
 
Quando se namora tem que se como índio:
Defender seu território
Ignorar o lado ruim do ciúme
E sabê-lo como zêlo.
Trata com cuidado o namorado
Ter mimada a namorada...
Todo mundo quer de volta o carinho de quando criança
E que a vida maluca adulta nos obriga a abandonar
Mas ainda trazemos o bebê em nós
 
Namorar tem que ser tribal
Defender quem se ama sempre
E todas as coisas que dizem respeito ao par
Estender seu amor a tudo que está ligado ao outro
Pois que seu par é uma extensão de você
E já que seu amor é Infinito
Nada melhor do que praticar tal infinitude
Tudo se funde num só elo
Família
Amigos
Discos
Livros...
 
 
E é por isso que se casa e tem filhos
A maior e mais perfeita representação de uma união
A prova maior do amor
Só mesmo o momento disso acontecer para se tentar falar!
 
Quando se namora é preciso ter amizade
Jamais deixar de falar a verdade
Não fazer tipo e se despedir
Sem se despir  de pensamentos
Ter respeito
Entender o que vai no peito do outro
Talvez o mais difícil do namoro.
 
Quando se namora o casal não é igual
Mas se os dois estão juntos
São unidos que precisam se entender
Nunca abandonar o par num momento de fraqueza
Secar o pranto e acariciar
Procurar compreender
Mesmo que um dos dois sempre seja mais fraco
Alguém tem que ceder !
 
O amor nada mais é do que compreensão
E abnegação
Tenha sempre cinco minutos guardados
Para não perder a paciência
E não se arrepender
Afinal, o namoro recomeça quando o sol alvorece
A cada manhã...
Todo dia é um novo dia.
 
 


"Singela" homenanem a Roberto Carlos...

Mais um ano novinho em folha. Vê se conserva-o! Não o deixe estragar. Que tal estudar um pouquinho e parar de ouvir Sambô?

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

The Beatles - Eight Days a Week


Juventude Tresloucada

    
   Prestes estava de somar trinta minutos que Dinho permanecia no banheiro. Cléia, sua irmã, mostrava-se irritada pois desejava banhar-se. No entanto, dado momento o toilete era exclusivo do distinto irmão. Ressabiada, Cléia incompreendia a demora de Dinho dentro daquele ambiente.Uma vez que o rapaz não demonstrava nenhuma dor de estômago ou qualquer mal do intestino;tampouco ele tomava banho. Dinho entrou no banheiro alegando ir fazer xixi, embora a irmã duvidasse. Do quarto Cléia bradou em direção ao banheiro:

   -Dinho, que demora é essa aí dentro?

   O jovem,quatorze aninhos, nada de responder. O que provocou a investida de Cléia:

   -Pela segunda vez Dinho, que raio de demora é essa aí no banheiro?

   Oposto à primeira vez, Dinho replicou:

   -Ah, não enche o saco!

   Cléia emudeceu. O que faria Dinho no banheiro para ocupar tanto tempo? Ela ignorava a resposta. E longe de obtê-la proferida pelos lábios do irmão, começou ela mesma a tentar encontrar alguma resposta, imaginando coisas. Ação que qualquer cristão (ou pagão) faria caso estivesse em seu lugar.Repentinamente surgiu uma hipótese. Ouviram rumores de que adolescentes da idade de Dinho costumavam martubarem-se frequentemente. Tão logo envergonhou-se em imaginar que seu irmão cometia tal ato trancado ali naquele recinto. Contudo, o pudor exagerado de Cléia se desfez, afinal Dinho é um garoto normal, semelhante aos de sua idade. Sente emoções e frustrações como qualquer rapagote. Então por que duvidar de que Dinho sentisse também desejos sexuais? Ato normalíssimo.

   Revestiu-se Cléia novamente de tranquilidade, embora remanescessem ainda a repressã que fez ao irmão a interrogá-lo minutos antes. Procurou esquecer sua degradante conduta. E conseguiu.

   Já aliviada, nem notou o tempo se esvair, tempo que durou mais de dez minutos quando por definitivo o irmão desocupou a casinha da água (WC). Dinho retirou-se de lá livre de maiores desconfianças. Calmo e taciturno, assim foi ele a cozinha. A irmã percebendo sua saída tomou em mãos a toalha, a touca protetora de cabelos, o sabonete de glicerina e o escovão de banho, entrando assim no banheiro. Dentro do cômodo notou que Dinho esquecera lá uma revista. Longe de ser uma “Playboy” ou qualquer revista que trouxesse fotografias de mulheres nuas. Simplesmente uma revista de história em quadrinhos. Nada mais que um gibi.

   Cléia estranhou não se tratar de uma revista pornográfica. Talvez tivesse então imaginado coisas erradas a respeito do comportamento do irmão. Fosse o que fosse chamou por sua presença:

   -Dinho!!

   -Fala! Algum problema?

   -Você esqueceu este gibi aqui dentro.

   -Ah, que distração a minha! Sabe, é que costumo ler no banheiro.

   O rapaz pegou zelosamente o exemplar e saiu. Cléia retornou ao banho que tanto custava a se realizar, porém de assalto sua mente pôs-se a imaginar. Associou o irmão ao referente gibi. Refletiu. Em seguida indagou consigo mesma:

   -Será possível que Dinho tenha fantasias sexuais com.... a “Mônica” ?