Tudo o que você sempre quis saber sobre muita coisa e nós também!
drops rock
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
O Máximo
Naquele dia de céu puro o camarada decidiu
levar sua namorada para passear. Mas seria um dia muitíssimo especial. Nosso
amigo convidaria sua melhor namorada – afinal, tinha mais que uma – para o
melhor restaurante da cidade, esta a mais rica do país.
E assim combinaram.
Foi
trajado com o melhor terno de microfibra japonesa.
Vestiu a melhor camisa italiana, calçou o
melhor sapato do mais fino couro, apertou o colarinho da gravata chiquérrima de
France , a melhor que tinha.
Lavou seu automóvel no melhor lava rápido.
E finalmente encontrou a namorada na avenida
principal.
Ela estava ímpar, maravilhosamente bela. Cortou
as madeixas no mais renomado cabeleireiro e fez o penteado mais moderno. Vestia
a mais cara seda em combinação com a melhor viscose.
A mulher
ainda calçava o mais fino scarpin.
O mais belo casal daquela tarde ganhou o
asfalto em direção ao melhor restaurante.
Sentaram-se na mais
cobiçada mesa do recinto e foram atendidos pelo melhor garçom.
Saborearam o melhor prato da casa com a
companhia do mais requintado vinho, é claro.
Logo depois veio a sobremesa: a mais
deliciosa que o paladar humano poderia degustar.
Ao final
sorveram um cafezinho do bom, na ocasião do ótimo.
E saíram daquele restaurante máximo,
felicíssimos da vida.
Mas será que ao chegarem em suas respectivas
residências e adentrarem em seus mais luxuosos sanitários cagaram a melhor
bosta?
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: A Esposa
As Boas do Sant'Anna - um blog especializado em generalidades: A Esposa: Minha memória busca fatos Da noite de meus tempos Cabelos trançados, Mamãe queria-os assim. Saia, sem ser mini Vida ...
A Esposa
Minha memória busca fatos
Da noite de meus tempos
Cabelos trançados,
Mamãe queria-os assim.
Saia, sem ser mini
Vida sem ser maxi
Um pouco de maquiagem
Batom num brando tom
No florir de primaveras
Desabrochava bonita e cobiçada
Pecado retribuir!
Meus quinze anos ainda jovens demais
Mesmo em quinze minutos!
O coração batendo a cento e cinquenta
Mesmo com o tesão que o bico do seio
aguenta.
Eis que uma porta ouviu fofoca
Minha boca calou-se num beijo
O beijo da traição
Vieram matriarcais: surra e sermão
“Isso não são modos de moça de
família!”
Queria saber quando iriam me
deserdar.
Terminei colégio
Consegui trabalho
Respirei fumaça de fábrica
E a liberdade de casa
Com vinte e um anos a saia encurtou
E alguém me piscou.
Sim, este poderia beijar.
Era doutor
E eu me curara da delinquência juvenil.
Veio namoro
E nas veias o fogo.
Conheci as núpcias antes da lua de
mel,
O casamento depois do motel.
Tão longe da vista da vizinhança
Poderia desfrutar alguma lambança
Cortei minhas tranças
Remocei esperanças
Não era criança
Pois no ventre já trazia uma
Casei-me precedendo parto
Minha mãe nem sonhava com o fato
Depois de tempos corridos
Algo me encheu de tristeza
Cheguei numa crucial incerteza:
“ou o casamento era ruim
Ou não era para mim”.
Trabalho deixei de ir
Ciúme, talvez demais
Minha silhueta atraia demais
E agora pia, tanque, fogão
Não podia ver manicure, não
E meu marido “tudo” me dava:
Joias e sedas caras, perfumes
Embora sequer pro futebol me convidasse.
Inda assim, retribuía
Afinal, eu tinha um lar, família
Filho e máquina de costura que
infelizmente não cerzia coração rasgado.
Para ter tudo apenas precisava dar
parte de mim
Eu não passava de uma prostituta
Uma filha da...
Minto!
A própria puta.
Oh! Destino cruel e surpreendente!
Casei-me com um doutor que me deixava
doente.
Meu homem me dava o mundo
Mas me tirava da Terra.
Se eu soubesse ser esse meu fim
Teria encurtado saia na juventude
Brincos de argola, batom escarlate,
rímel e Rouge.
E nem me preocuparia
Mamãe se desesperaria
No entanto fui fraca
Vendi-me por tão pouco
Vendi-me sem conhecer meu valor
E hoje pago pelo meu desamor
Sou mulher de vida fácil
Na dificuldade de ser santa
Abri mão de anseios
E hoje carrego dor em meu seio
Sei, será meu fim
E já está na hora de preparar o jantar
Sou forte quando choro
Cebola cortada faz chorar...
sábado, 19 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Rei Corora
Estupefato fiquei ao chegar em casa e ligar o meu aparelho
receptor-reprodutor-televisor para poder me entreter um pouco. Na tela ainda
não plana lá estava ela mais uma vez, e pela última vez. Falo de Roberto
Carlos, cantor mais conhecido do Brasil. Nem pior nem melhor, apenas diferente
ou pelo menos fora num passado remoto, até porque nos últimos vinte anos – para
ser mais modesto- RC manteve-se fiel ao seu estilo de “cantor romântico”,
usando sempre as mesmas falas, os repetidos trejeitos, as únicas cores de terno
azul eterno e toda uma série de ações das quais já estamos calvos de saber. Sendo assim, o que poderia ter me deixado
estupefato dado momento? Ora, é que aquele Roberto Carlos que se apresentava na
presente ocasião não o era. Ou pelo menos não demonstrava que fosse. Aquele era
o seu derradeiro especial de fim de ano patrocinado pela rede de TV do
plim-plim.
E lá estava então
Robertão no palco trajando um belíssimo terno de tom... Marrom! A cor outrora
repugnada agora fazia parte primordial de seu vestuário. Por debaixo do terno
uma camisa preta entreaberta no peito, ostentando seu místico medalhão. Calçava
ainda uma bota extravagante bem mais chamativa a qual da época da Candinha
fofocava há décadas.
No momento do show a
canção de abertura foi “Quero que vá Tudo pro Inferno” seguida de “Negro gato”
e outras canções de quilate incendiário. Nada de superbabas bregas ou quaisquer
outros “detalhes”. Depois de seus
típicos comentários, na ocasião atípicos, disse que agora fazia questão de
votar num partido político de número 13 e outras pérolas oriundas de sua nova
fase. De repente, em outro momento do espetáculo acrescentou em seu repertório “
O Pirata da Perna de Pau” onde Roberto aparecia ostentando um tapa-olho vestido à caráter, de camiseta listrada em
preto e branco, com uma bermuda deixando à mostra suas pernas que fazia jus a
canção. Logo em seguida, abrilhantando o clima carnavalesco mandou “ dos carecas que Elas Gostam Mais” atirando no
palco, em meio a apresentação, a peruca
estilo “cabelo de Gretchen” levando o mulheril local a comoção e aos tapas na
intenção de adquirir uma muda daquela vegetação pseudo-semi-quase-que capilar. Importante
salientar ainda que Roberto Carlos embora afirmasse que suas superstições eram
frescuras continuava católico, por isso não tivemos nesse especial de televisão
imagens de santos católicos sendo chutadas.
No dia seguinte não
se falava de outra coisa nas rodas dos frequentadores dos sofás das salas que
ficam “panguando” assistindo o tão previsível especial de fim de ano do Rei: “Você
viu? Era mesmo peruca!”
As vendas do seu
mais recente CD – “Tudo Pro Inferno Novamente” – triplicaram em comparação as
do ano passado. Os telefonemas fervilhavam na sede da TV pedindo que o programa
fosse reprisado. Parecia que Roberto Carlos estava mais uma vez no auge pois, quem é rei nunca perde a majestade. Mas Roberto
dissera que se tratava de seu último show e falava sério quando fez tal
comentário. Ao menos encerrava sua carreira com chave de ouro mandando tudo pro
inferno graças a Deus, e sabendo que apesar de haverem tantas emoções um dia
esta seria a última.
Entretanto, ao acordar de manhã eu percebi que tudo isso não
havia passado de um sonho. Sabe mais um daqueles porres de final de ano? Era
isso, infelizmente. Roberto permanece vivo, ou morto para os mais radicais. A
hora extra se estendia um pouco mais...
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
God Save the King
Hoje o homem que não morreu completaria mais
um aniversário. Elvis Presley nasceu numa parte do sertão americano numa humilde
casa no ano de 1935 e ganhou o mundo alguns anos mais tarde como cantor Pop
mais popular do planeta.
Ele foi sem dúvida um dos pilares do Rock,
junto com os Beatles e Jimi Hendrix. O que falar de um cara branco, loiro - ( Elvis pintava os cabelos de preto) – nascido
no estado do Tenesse ,- estado esse historicamente
retrógrado, de direita e dominado pelos reaças -, num tempo em que dieritos
civis era apenas um mero verbete enciclopédico e quem dominava o Rock eram os
negros, até porque esse ritmo nem era considerado música para a elite branca?
Presley foi a sedimentação do Rock para o
grande público. Nenhum outro cantor branco poderia adquirir o cetro de rei
senão ele. O mais surpreendente é que embora se considere Elvis o Rei do Rock tudo o que ele cantava ficava bem na sua voz: Do Gospel ao Country, baladas românticas e
sons mais agitados caiam como uma luva na voz potente do Rei.
Era meio
canastrão em seus filmes, até porque sempre foi um marionete na mão de seu
empresário, o espúrio Coronel Parker que também teve influência sobremaneira no
alistamento de Elvis no início da década de
1960, o que colaborou para a explosão do Rock inglês na América – mas isso
é outra história.
Elvis ainda recebeu os Beatles à contragosto
em 1965, no mês de agosto, dia 27. Talvez Elvis estivesse sentindo-se ameaçado
pelo sucesso dos quatro cabeludos ou mesmo não gostasse deles mesmo. O fato é
que desse encontro só existe oficialmente uma fotografia dos Beatles chegando
de limusine na mansão do Rei. Quem sabe algum dia alguém resolva “abrir” os
arquivos e fazer muitos fãs delirarem comn esse encontro que foi estelar.
Se há quem diga que Elvis morreu de overdose,
de desgosto, disso ou daquilo, outro motivo pode ser acrescido a esse quadro: o
excessivo número de shows que realizou na década de setenta deixaria qualquer
artista estafado. É claro que a automedicação causou seu óbito. Última recita
de seu médico: cinco mil comprimidos!
Mas, encerremos
esse texto como começou: Elvis não
morreu porque ganhou o mundo. Fez pela música o seu papel e o nosso e curtir
seu legado. Seu som está ligado?
domingo, 6 de janeiro de 2013
Ateu Em Um Ato
Mil lenços para meia lágrima
E eu não vou chorar
Ela quer me ver assim
O mundo anseia Hécules vivo
Nego eliminar leões
Minhas lágrimas já secaram
E a turba ainda insiste
Todos carentes de heróis
Precisam de alguém vivendo/morrendo
Para e pelos seus devaneios
Pois sacrifício é o caminho perfeito
E ausência de exposição a vereda do mal
Mil lenços para meia lágrima
Num tempo remoto
Derramei lágrimas e meia
Mas futuro me espreita
Em ter olhos vivos sem miopias
Para enxergar esforços vãos
Posturas obsoletas de samaritanos
A consertar o mundo
E quebrar a si
Em minha línguas não há Papas
Meu vocabulário, até limitado
Desconsidero compromissos com desvalidos
“salve-se quem puder” as vezes fala-me alto
E assumo meu infinito “eu”
E garanto o meu egoísmo
Dizia minha mãe:
Em terra de murici, cada um...
Mas e daí?
Eu não vou chorar
Nem por mim, nem por ti
Nem por ficar ou por partir
Muitos lenços para meia lágrima
São vários lenços, matizes variados
Cada qual estende os braços
Para ouvirem no porvir
“ o discurso do sofrimento”
De que quase esmaeci ao relento
E só assim houve alento
“o fácil é o certo”, chinês provérbio
E não sigo pelo espinhaço
Desvio se posso
Num universo onde relativizam bem e mal
Tudo pode ser lícito
Aos olhos de quem vê o Real
Mil lenços para meia lágrima
E a santa pôs-se em cena
Se ela chora, eu rio
E querem me crucificar!
O tempo urge para eu passar
Pelos torvelinhos que a sociedade acredita
Buscam paz, contudo apregoam
Mister haver guerra para valorizar
Todo o amor vindouro
Pouparei nome aos bois
São tantos... Vós sois!...
Livre quero estar disso tudo
Meus “predicados” virão
De braços dados:
Descrente, cínico, louco, aproveitador
Espero não me alcunharem de “santo”
Quando em meu gargalhar rolar um pranto
Mil lenços para meia lágrima
Talvez venha verter alguma
De riso, de siso
A responsabilidade par i passu parece
inexistir
Mas trago acordo comigo mesmo
De não viver a esmo
Preciso fomentar conceitos
Denunciar nossa pobreza e abnegação
No fundo, fica-se cada vez mais distante
De nossa própria progressão
Acha-se “nobre” o pobre
Bota-se fé no crucifixo
Pregam a crença na parede
E deixam-se cair na rede
Mil lágrimas por um lenço
Acho que fiz alguma pessoa chorar
Enfim, encontrei um pretexto
Para o derramar de minhas lágrimas
Se esse texto fizer
Um pobre diabo pensar
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Aos Que Desejam Ter Uma Perfeita Companhia
Quando
se namora é preciso mais do que passeios em shopping-centers e Mc Donald’s
Em
que o casal olha vitrines mas não se olha,
Comem
e comem mas não se comem,
Num
sentido de se devorarem
Na
antropofagia do conhecer-se mútuo.
Quando
se namora o amor vai além da carícia
Do
aconchego
Do
aperto
E da
possível segunda intenção
De
aproximação obscena
Tem
que ser pleno o se ver e sentir
Tem
que se gozar mesmo sem se tocar
Tem
que ser tântrico.
Quando
se namora o amor vai além do presente em data esperada.
Todo
dia é Natal.
Toda
alegria é carnaval
Toda
aproximação fogueira junina
O
dia dos namorados tem que se estender
Sem
ser rotina,
Sem
esforço ou sacrifício
Natal
ao natural
E
ainda que sem presente tem que ter a presença do cônjuge como tal
Tem
gente que nunca se dá
Esse
nunca merece nada
Ter
a garantia de uma vida humana ao seu favor
É o
maior presente que alguém pode ter.
Quando
se namora é preciso superar o passado
Enterrar
os mortos que queiram te levar
Evaporar
a nuvem do ontem
Numa
rusga infortunada
Inopinada
Deve-se
desconhecê-la no dia seguinte
Contar
até dez ou vinte
E
viver
Se
houver um erro,
Não
se há de perpetuá-lo.
Quando
se namora a mácula não fica
Não
se comenta briga nem gafe
Porque
o tempo é mercúrio
E
nós podemos escolher com qual postura queremos viver
A
vida é rápida
Façamos
dela alegrias então...
Quando
se namora mister evitar dúvida
Crer
no amor como um evangélico
Ser
cego e surdo se necessário
Ver
o amor como um risco precioso e preciso
A
união tem de vir de dentro
E
todo o artifício vai reforçar
Mas
não será o princípio
A
aliança está no olhar sincero
Na
procura dos dedos
A se
confundir com os do parceiro
Deve
haver confissão no silêncio
Entrega
sem mesquinhez.
Quando
se namora só pode haver uma resposta que
é sim
Um
caminho que é melhor
O
melhor par
A
pessoa em quem mais se confia
Se
afina
Se
define
E se
encontra
é como
um rio e seu afluente
No
namoro esqueça a incerteza
Mesmo
quando não se sabe qual a estrada
Já
se conhece o final dela
E isso
é o mais importante
Quando
se namora tem que se como índio:
Defender
seu território
Ignorar
o lado ruim do ciúme
E sabê-lo
como zêlo.
Trata
com cuidado o namorado
Ter
mimada a namorada...
Todo
mundo quer de volta o carinho de quando criança
E
que a vida maluca adulta nos obriga a abandonar
Mas
ainda trazemos o bebê em nós
Namorar
tem que ser tribal
Defender
quem se ama sempre
E
todas as coisas que dizem respeito ao par
Estender
seu amor a tudo que está ligado ao outro
Pois
que seu par é uma extensão de você
E já
que seu amor é Infinito
Nada
melhor do que praticar tal infinitude
Tudo
se funde num só elo
Família
Amigos
Discos
Livros...
E é
por isso que se casa e tem filhos
A
maior e mais perfeita representação de uma união
A
prova maior do amor
Só
mesmo o momento disso acontecer para se tentar falar!
Quando
se namora é preciso ter amizade
Jamais
deixar de falar a verdade
Não
fazer tipo e se despedir
Sem
se despir de pensamentos
Ter
respeito
Entender
o que vai no peito do outro
Talvez
o mais difícil do namoro.
Quando
se namora o casal não é igual
Mas
se os dois estão juntos
São
unidos que precisam se entender
Nunca
abandonar o par num momento de fraqueza
Secar
o pranto e acariciar
Procurar
compreender
Mesmo
que um dos dois sempre seja mais fraco
Alguém
tem que ceder !
O
amor nada mais é do que compreensão
E
abnegação
Tenha
sempre cinco minutos guardados
Para
não perder a paciência
E
não se arrepender
Afinal,
o namoro recomeça quando o sol alvorece
A
cada manhã...
Todo
dia é um novo dia.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Juventude Tresloucada
Prestes estava de somar trinta minutos que Dinho permanecia no banheiro. Cléia, sua irmã, mostrava-se irritada pois desejava banhar-se. No entanto, dado momento o toilete era exclusivo do distinto irmão. Ressabiada, Cléia incompreendia a demora de Dinho dentro daquele ambiente.Uma vez que o rapaz não demonstrava nenhuma dor de estômago ou qualquer mal do intestino;tampouco ele tomava banho. Dinho entrou no banheiro alegando ir fazer xixi, embora a irmã duvidasse. Do quarto Cléia bradou em direção ao banheiro:
-Dinho, que
demora é essa aí dentro?
O
jovem,quatorze aninhos, nada de responder. O que provocou a investida de Cléia:
-Pela segunda
vez Dinho, que raio de demora é essa aí no banheiro?
Oposto à
primeira vez, Dinho replicou:
-Ah, não
enche o saco!
Cléia
emudeceu. O que faria Dinho no banheiro para ocupar tanto tempo? Ela ignorava a
resposta. E longe de obtê-la proferida pelos lábios do irmão, começou ela mesma
a tentar encontrar alguma resposta, imaginando coisas. Ação que qualquer
cristão (ou pagão) faria caso estivesse em seu lugar.Repentinamente surgiu uma
hipótese. Ouviram rumores de que adolescentes da idade de Dinho costumavam
martubarem-se frequentemente. Tão logo envergonhou-se em imaginar que seu irmão
cometia tal ato trancado ali naquele recinto. Contudo, o pudor exagerado de
Cléia se desfez, afinal Dinho é um garoto normal, semelhante aos de sua idade.
Sente emoções e frustrações como qualquer rapagote. Então por que duvidar de
que Dinho sentisse também desejos sexuais? Ato normalíssimo.
Revestiu-se
Cléia novamente de tranquilidade, embora remanescessem ainda a repressã que fez
ao irmão a interrogá-lo minutos antes. Procurou esquecer sua degradante
conduta. E conseguiu.
Já aliviada,
nem notou o tempo se esvair, tempo que durou mais de dez minutos quando por
definitivo o irmão desocupou a casinha da água (WC). Dinho retirou-se de lá
livre de maiores desconfianças. Calmo e taciturno, assim foi ele a cozinha. A
irmã percebendo sua saída tomou em mãos a toalha, a touca protetora de cabelos,
o sabonete de glicerina e o escovão de banho, entrando assim no banheiro.
Dentro do cômodo notou que Dinho esquecera lá uma revista. Longe de ser uma
“Playboy” ou qualquer revista que trouxesse fotografias de mulheres nuas.
Simplesmente uma revista de história em quadrinhos. Nada mais que um gibi.
Cléia
estranhou não se tratar de uma revista pornográfica. Talvez tivesse então
imaginado coisas erradas a respeito do comportamento do irmão. Fosse o que
fosse chamou por sua presença:
-Dinho!!
-Fala! Algum problema?
-Você
esqueceu este gibi aqui dentro.
-Ah, que
distração a minha! Sabe, é que costumo ler no banheiro.
O rapaz pegou
zelosamente o exemplar e saiu. Cléia retornou ao banho que tanto custava a se
realizar, porém de assalto sua mente pôs-se a imaginar. Associou o irmão ao
referente gibi. Refletiu. Em seguida indagou consigo mesma:
-Será
possível que Dinho tenha fantasias sexuais com.... a “Mônica” ?
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